Numa conversa com uma amiga surgiu o assunto das atitudes égoicas, ou como tentar perceber se estamos a reagir pelo ego ou pela alma. Nas nossas relações próximas, temos sempre uma ou outra situação em que expressamos a nossa opinião sobre determinado assunto, e já não falo daqueles grandes assuntos tabu – política, religião e futebol – por exemplo a avó não concorda com o modo como o seu netinho está a ser educado, e pior a sua filha concorda com o marido.
Qual a melhor atitude? Lembrar-lhe que ela sempre criticou aquele tipo de educação nos sobrinhos e que agora está a fazer igual? Ou falar-lhe com gentileza e tentar entender o ponto de vista da filha, sem falar nas críticas que ela terá feito no passado?
Se esta avó persistir no confronto e de lembrar a filha de comportamentos anteriores, qual será o resultado? Mais confrontos, claro. O confronto gera confronto, a violência gera a violência. E isto é uma atitude egóica que não resulta em nada de positivo.
A avó quer resolver algo, ou quer criar um conflito? Para haver uma discussão necessita-se no mínimo de duas pessoas, se for só uma passa a ser um monólogo.
A maioria das vezes queremos somente ter razão, provar que temos boa memória, e que há incoerência nos comportamentos, nós percebemos isso.
E neste ponto da conversa, como explicar de um modo simples que a opção do “eu tenho razão” ou “eu aceito-te com o teu livre-arbítrio, não concordando, e está tudo bem”?
E de repente, como uma inspiração divina, veio-me uma imagem muito clara: se tiver de optar entre comer um pedaço de pão com bolor (a atitude égoica) e um bombom de chocolate (a aceitação com amor), qual escolheria?
Penso que independentemente de gostarem ou não de chocolate, a escolha é óbvia, e o bombom venceria, não se deixem vencer pelo vosso eguinho.
Na próxima situação égoica, pensem nisso, pão com bolor ou bombom de chocolate?


Escrito por Dra Ana Isabel Neto | 9 Abril 2025
Siga-nos no Facebook
.