Um dia de cada vez

Já estamos cansados de ouvir a expressão “um dia de cada vez” a propósito de uma situação mais complicada ou difícil, mas quantas pessoas o fazem na realidade? Dá a ideia de que o dizem só sem seriedade, não pensam. Ou por outra querem milagres, e pensam que se o disserem vezes sem conta alguma coisa irá acontecer.

“Um dia de cada vez” significa darmos a nossa atenção, fazermos o nosso melhor naquele momento, relativo aquela tarefa em particular que temos entre mãos, seja ela de cariz emocional, profissional, de saúde ou outro.

Se estou a trabalhar, devo fazê-lo o melhor possível independentemente do caos em que deixei a minha casa de manhã ao sair. Se estou com uma gripe, devo descansar, beber muito chá de limão com mel, e outros, deixando de lado as outras preocupações para que possa recuperar mais depressa. Se estou numa situação difícil, tentar equacionar os dados para averiguar o que posso fazer para alterá-la, não posso fazer mais nada? Já estou a fazer o meu melhor? Não tenho “medo” dessa situação? Então, relaxe! Provavelmente essa situação é só um teste, para o Universo saber que já aprendeu a lição, seja ela qual for. 

Se tenho problemas complicados para resolver de que serve estar constantemente a pensar neles? Ao fim de um tempo, pareço um cãozinho atrás da própria cauda, porque facilmente entro no círculo dos pensamentos viciados e ...

O viver um dia de cada vez, também significa aceitarmos que não temos controlo sob a nossa vida, que amanhã será outro dia com as suas lições de aprendizagem, as suas alegrias, e situações difíceis.

Não é fácil, mas com persistência chegamos lá.

Um dia de cada vez, também significa o presente, a nossa vivência, como se não existisse nem passado, nem futuro. O aqui e agora. O momento actual. 

Sentada, observando tudo como num filme a 360º, e saber intimamente que tudo vai acontecer conforme o previsto e conforme as opções feitas, sem ansiedade, sem medos, sem expectativas.

Tudo (a vida, o planeta, os mundos ...) é demasiado importante para além da nossa pequenez. 

O essencial é conseguir, sermos observadores da nossa própria vida. Como se nos desdobrássemos em dois seres, um que está a actuar, o outro observando e comentando. Conseguem imaginar? E sentir? 

Não, não é nenhum problema de saúde mental. A esse outro ser, ao observador, podem chamar-lhe consciência, intuição, “grilo falante”, como na história do “Pinóquio”, ou qualquer outro nome, por ex: se o vosso nome de batismo for Maria Francisca, podem ser a Maria e a outra a Francisca, ou João Miguel ser o João e o outro o Miguel, ou o que quiserem desde que comecem a pôr em prática. 

A vantagem? O que ganham com isso? 

A atenção!

A nossa vida é cheia de distrações, de estímulos, é muito difícil mantermo-nos atentos.

E mais difícil ainda, é estar à espera de que as coisas finalmente aconteçam.

E começamos a duvidar se realmente estamos a fazer bem ou não, se devemos ou não fazer mais alguma coisa e o quê! 

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