A Homeopatia não é para todos!

Perguntam-me muitas vezes porque é que a homeopatia não está mais espalhada, mais aceite pela grande maioria, resumindo porque é que não tem mais sucesso em geral. E este tipo de questão normalmente vem de pessoas que ficam maravilhadas com as rápidas melhoras que tiveram mal começaram a tomar o medicamento homeopático, ou as “bolinhas” como dizem.

Contra o que normalmente se diz, a homeopatia não é “lenta” a funcionar.
A homeopatia é rápida e eficaz, mas com o medicamento certo.



A homeopatia não é para toda as pessoas!



Verdade. E porquê? Porque assim como a vida exige-nos mudanças, a homeopatia também exige mudanças, mesmo que sejam pequeninas, mas temos que as fazer, e a grande maioria das pessoas não quer fazer mudanças. Cada organismo tem um equilíbrio e a homeopatia mostra-nos o caminho para o atingir e a urgência dessa atitude.

Exemplo 1, a Senhora A que sofre de sinusite e adora leite e iogurtes, (os lacticínios ajudam na produção de catarros principalmente nas mucosas nasais) e não quer abdicar disso, obviamente que o medicamento homeopático vai ajudar na crise aguda, mas quando de novo apanhar frio ou outra qualquer causa, está de novo com uma crise, nariz entupido, descargas espessas, mau sabor na boca, dor de cabeça, etc.

Exemplo 2, a Senhora B que sofre de infecções urinárias recorrentes, e é consumidora de marisco (é uma das causas próximas para este tipo de problema) e não quer abdicar, é normal que continue com as suas infecções urinárias. O homeopático tira-a da situação aguda, melhora, mas passado algum tempo volta a comer marisco e se for acompanhado de uma bebida alcoólica tipo cerveja ou vinho branco, no dia a seguir acorda com a sua “bendita” infecção, outra vez.

Estes exemplos são “simples” porque têm a ver com a auto disciplina no que toca à alimentação, e todos sabemos que devemos ter uma boa alimentação. Mas muitas vezes, mesmo na posse desse conhecimento, as pessoas continuam a comer o que gostam e a pagarem a factura de seguida. Verdade, mesmo com provas inabaláveis de que se comerem marisco algumas horas depois estão aflitas com a infecção urinária, mesmo assim não desistem: “Mas Dra. é tão bom!”, “Só comi um camarão!”

E isto é a parte mais simples e mais fácil de fazer!
Quando começamos a falar de deixarem de tomar café, de fumar cigarros e outros ... quando falamos de terem hábitos de dormir, de trabalho, de lazer ... aí, já temos grandes problemas. Mas quando falamos de aceitar, de modificar, de arranjarem pelo menos 15 minutos por dia para estarem sós consigo próprios, então aí como se costuma dizer “temos a burra nas couves!”.

Para explicar aos meus alunos e pacientes, como é que a doença “aparece” começo por dizer que: “assim como pensamos, assim sentimos, assim somos”, ou seja, a nossa maneira de pensar reflecte-se na nossa maneira de sentir, e as duas reflectem-se no nosso corpo físico, que funciona muito bem e aguenta os nossos maus tratos, mas só até certo ponto. Se juntarmos as nossas tendências familiares e hereditárias, mais o que fomos fazendo ao longo da vida, o resultado é começarmos a sentir pequenas manifestações de desconforto, que rapidamente anulamos com mais um café, mais um comprimido, mais uma vitamina, mais um energizante.

E assim prosseguimos por tempo indeterminado, conforme o organismo de cada um, até que um dia a vida faz-nos parar. É o nosso corpo a dizer. “Basta!”

Para uns será uma faringite, uma úlcera no estômago, uma depressão, que se não estiverem atentos poder-se-á transformar em algo bem mais grave.
Para outros será um cancro, uma doença autoimune .....

E tudo porque não demos ouvidos aos primeiros sinais, não quisemos mudar, não quisemos aceitar.